Eunápolis, no extremo sul da Bahia, voltou a ocupar o posto de pior cidade para se viver, segundo a percepção de seus moradores. O motivo é o avanço sem controle da criminalidade, marcada por crimes cada vez mais brutais e pela ausência de ações efetivas do poder público municipal e estadual.
Na noite do último dia 29, a violência atingiu um novo patamar de crueldade. Em plena ladeira do bairro Minas Gerais, um homem foi decapitado em horário de pico, e a cabeça, chutada pela via pública. O crime, que chocou até mesmo uma população já acostumada com a rotina sangrenta, foi interpretado como um recado claro das facções que disputam território na região.
Nos últimos meses, Eunápolis tem registrado uma sequência de assassinatos de extrema violência: corpos desmembrados, membros espalhados pelas ruas e zonas rurais, além de execuções à luz do dia. A cidade, como descrevem moradores, “virou uma banheira de sangue”.
Apesar do cenário caótico, a postura das autoridades locais chama a atenção. Nem o prefeito, aliado político do governo estadual, nem os vereadores se pronunciam de forma contundente ou apresentam medidas que pressionem o governador Jerônimo Rodrigues e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia a adotar estratégias efetivas de combate à guerra de facções.O silêncio e a inércia contrastam com a gravidade dos fatos.
Eunápolis conta com uma deputada estadual da base governista e um prefeito próximo ao Palácio de Ondina, mas o apoio político não se traduz em melhorias para a segurança pública. A população, acuada, cobra não apenas policiamento ostensivo, mas também inteligência policial e políticas públicas de prevenção capazes de frear a escalada da violência.
O recado das ruas é claro: Eunápolis não suporta mais conviver com a barbárie. Enquanto não houver articulação real entre município e estado, a cidade seguirá refém do crime organizado, mergulhada em medo e descrença no poder público.



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