
Um ano e dois meses após se recusar a remover um cadáver de uma cena de crime em Ubaitaba, no sul da Bahia, o perito técnico Diego Messias, de 42 anos, foi surpreendido. Neste mês, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da Bahia a instauração de um procedimento administrativo para investigar a conduta do servidor. Messias, que é perito há 18 anos, defende que o trabalho não é sua atribuição.
Em agosto do ano passado, os policiais civis da região sul estavam sobrecarregados. Auxiliares terceirizados de necropsia e transporte estavam com atividades paralisadas em protesto aos atrasos salariais.
“Eu estava acompanhando uma perícia quando o coordenador me ligou solicitando que eu pegasse uma outra viatura, do tipo rabecão, e fizesse a remoção em uma cidade vizinha. Eu informei que não iria porque, além de não ser minha função, eu não poderia furar o bloqueio de outra classe [trabalhador], que estava em paralisação”, conta Diego, que é secretário de formação sindical do Sindicato de Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) e professor universitário.
Foi nesse contexto que o perito técnico, que estava a caminho de uma ocorrência, foi orientado a remover um cadáver em Ubaitaba. A ordem partiu da coordenação da Coordenadoria Regional de Polícia Técnica (CRPT) de Ilhéus.


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