O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 9, tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil. As tarifas passarão a valer a partir do dia 1º de agosto.
O presidente americano justificou o nível da taxa apontando que ordens judiciais "censuram" mídias sociais americanas e inibem a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA. Segundo Trump, esses ataques do Brasil partem do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação na rede social Truth Social, Trump ainda ameaçou elevar ainda mais as tarifas caso o País responda com medidas semelhantes.
As exportações do Brasil para os EUA somaram US$ 3,36 bilhões em junho deste ano, um crescimento de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já no acumulado do primeiro semestre de 2025, a alta foi de 4,4%, com soma de US$ 20,02 bilhões.
Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Os EUA são o segundo parceiro comercial para o qual a economia brasileira mais exporta, atrás apenas da China. Entre os cinco produtos que o Brasil mais enviou para os norte-americanos em junho deste ano, três tiveram queda no número de exportações em comparação com o mesmo mês de 2024.Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço - US$ 423,93 milhões, com alta de 63,29%
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus - US$ 268,95 milhões, com queda de 47,87%
Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes - US$ 241,90 milhões, com queda de 19,24%
Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas - US$ 174,39 milhões, com alta de 66,52%
Celulose - US$ 158,07 milhões, com queda de 13,88%
Já no acumulado do primeiro semestre de 2025, a celulose sai da lista para a entrada do café não torrado entre os produtos mais exportados do Brasil para os EUA.
A única categoria que registrou queda na comparação com o mesmo período do ano passado foi óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus. Confira abaixo:
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus - US$ 2,378 bilhões, com queda de 24,47%
Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço - US$ 1,951 bilhões, com alta de 15,87%
Café não torrado - US$ 1,168 bilhões, com alta de 38,84%
Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes - US$ 1,043 bilhões, com alta de 12,14%
Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas - US$ 865,77 milhões, com alta de 1,79%
Os dados da Secex mostram que a economia brasileira importa mais do que exporta para os EUA. No mês passado, as importações chegaram a US$ 3,96 bilhões, um crescimento de 18,5% em comparação com junho de 2024. No acumulado do primeiro semestre, a entrada de produtos vindos dos EUA no País cresceu 11,5% e totalizou US$ 21,70 bilhões.
A balança comercial do Brasil com os norte-americanos teve déficit de US$ 590 milhões no último mês e de US$ 1,67 bilhões no primeiro semestre deste ano. Assim como na lista das exportações, os EUA também ocupam o segundo lugar entre os países dos quais o Brasil mais importa, atrás somente da China.
Entre os cinco produtos que os norte-americanos mais enviaram ao Brasil em junho deste ano, todos tiveram alta em comparação com o mesmo período do ano passado. Veja abaixo:
Motores e máquinas não elétricos e suas partes (exceto motores de pistão e geradores) - US$ 631,74 milhões, com alta de 26,50%
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) - US$ 467,21 milhões, com alta de 85,85%
Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes - US$ 296,57 milhões, com alta de 73,34%
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus - US$ 157,45 milhões, com alta de 14,26%
Outros medicamentos, incluindo veterinários - US$ 127,69 milhões, com alta de 53,10%
Já no acumulado do primeiro semestre de 2025, a categoria de "outros medicamentos, incluindo veterinários", saiu da lista para a entrada dos polímeros de etileno, em formas primárias, entre os produtos mais importados dos EUA para o Brasil. A categoria foi, inclusive, a única que registrou queda no comparativo com o primeiro semestre de 2024. Confira abaixo:
Motores e máquinas não elétricos e suas partes (exceto motores de pistão e geradores) - US$ 3,577 bilhões, com alta de 26,20%
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) - US$ 2,233 bilhões, com alta de 37,13%
Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes - US$ 1,120 bilhões, com alta de 35,69%
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus - US$ 1,098 bilhões, com alta de 35,61%
Polímeros de etileno, em formas primárias - US$ 720,63 milhões, com queda de 16,53%
Terra.